segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Fobia Social; O que é, sintomas e tratamentos.



Fique atento.... Timidez excessiva pode ser sinal de um transtorno de ansiedade cada vez mais diagnosticado.




Fobia Social é o excesso de ansiedade ou medo sofrido por certas pessoas quando observadas por terceiros durante o desempenho de alguma tarefa comum como falar, comer, dirigir, escrever, por exemplo; a ponto de impedir ou prejudicar significativamente a realização dessa tarefa.
A Fobia Social portanto não pode ser identificada sem seu estímulo, sem a circunstância social, sem a situação desencadeante porque a definição de exagero depende do referencial.
Além da desproporcionalidade há também outro critério: a duração da ansiedade. Uma pessoa sem fobia que irá apresentar-se perante uma platéia ficará tensa, contudo esta tensão depois de uns 15 minutos passa, e o palestrante adquire confiança e segurança. Com o fóbico social isso não acontece, os sintomas de ansiedade permanecem ou podem até aumentar durante a exposição, com isso o paciente acaba interrompendo sua dissertação, diz que está sentindo-se mal, ou simplesmente abandona o local numa verdadeira fuga, sem dar nenhuma satisfação.
Normalmente os sintomas se relacionam com o foco da fobia. Por exemplo, sendo o foco falar com o chefe ou perante uma platéia o fóbico social pode não conseguir falar nada. Sendo para escrever suas mãos podem ficar trêmulas a ponto de impedir que se escreva, a menos que encontre um lugar onde possa escrever ou assinar sem ser observado. Quando o paciente vê que as pessoas perceberam sua ansiedade (e ele sempre acha que percebem) o grau de tensão se eleva enormemente alimentando ainda mais a ansiedade. Os sintomas específicos costumam ser acompanhados por sintomas inespecíficos como palidez ou ruborização, taquicardia, sudorese profusa, extremidades frias, tremores, tonteiras, enjoo e outros sintomas ligados a descarga adrenérgica. Não é raro o paciente ter uma crise de pânico se insistir em enfrentar o problema por suas próprias forças, ou quando foi pego de surpresa.
Na Fobia Social não existem fases, ela tende a ser a mesma durante todo o tempo desde o início da manifestação, pequenas mudanças podem ser observadas como o surgimento de um novo foco da fobia (antes era só para falar, agora para escrever também), ou quanto ao sintoma dominante, antes o que mais sentia eram tremores, agora a sudorese é mais intensa que os tremores por exemplo.
Os fóbicos sociais sempre sabem que têm algo diferente da maioria das pessoas, mas não sabem que se trata de um transtorno, muito menos que tem tratamento, senão a atitude deles seria diferente.
A partir dos grupos sociais com que convive começa a perceber que é "tímido" demais, é considerado o "bonzinho" do grupo, o que nem sempre condiz com o que se deseja. A partir daí o paciente começa a desconfiar de que sofre algum problema.
Como a ansiedade é sempre uma sensação desagradável costuma levar a pessoa um comportamento direcionado para a resolução do problema. Assim o fóbico social tende a observar as pessoas em volta e percebe que seus sentimentos de vergonha ou temor de ser observado estão exagerados. Se for uma Fobia leve, ele interpretará como timidez, se for grave ele irá buscar ajuda. Quando não o faz começa a aceitar-se com é, gerando sentimentos de inferioridade e submissão. O fóbico social sempre reconhece seu valor e sua capacidade, sabe que é tão bom ou até melhor em certas funções que seus colegas, mas na hora de manifestar sua ideia se sente inábil, sente que prejudicará sua imagem. Com o tempo pode passar a não manifestar-se nem pelo que é justo, apenas a aceitando o que é determinado ou imposto.
A Fobia Social começa de forma muito discreta, dificilmente os pacientes apontam uma data ou evento a partir de quando começou, ao contrário do Transtorno do Pânico. Isto na maioria das vezes ocorre no início da idade adulta, quanto a personalidade e os traços de comportamento estão em fase final de consolidação. Talvez por isso muitos fóbicos sociais tendem a achar que seu problema é algo que faz parte de "seu jeito de ser", ou de sua personalidade. Não há unanimidade quanto diferença de incidência por sexo. Alguns estudos apontaram uma predominância no sexo masculino mas isto não foi sempre confirmado, de maneira que ainda não há uma posição definida.
As crianças também podem ser atingidas pela Fobia Social, a manifestação é igual a do adulto. A melhor maneira de ajudar é compreendendo-a em sua limitação, sem cobranças ou exigências relacionadas ao seu problema.
Os familiares e amigos geralmente percebem submissão, vergonha ou timidez do fóbico social, mas por assemelhar-se muito ao comportamento normal, as pessoas próximas não desconfiam que o fóbico social está sendo vítima de um transtorno de ansiedade. A Fobia Social por sua própria natureza faz com que o paciente não se queixe de seu problema, esconda-o, culpe-se por eles e isole-se em sua dor incompreendida. Quando a Fobia Social prejudica a rotina de um familiar muitas vezes é considerada exagero ou "frescura", algo que a pessoa não muda porque não quer.
A família e os amigos podem ajudar o fóbico social, basta que sejam compreensíveis, aceitem bem o problema, e como no caso da criança, não crie exigências que o paciente não possa atender. Isto é suficiente.
Apesar de ser um problema "aparentemente" pequeno, as consequências do não tratamento podem ser dramáticas levando graves prejuízos a vida pessoal, profissional e acadêmica dos pacientes como por exemplo a não conclusão de cursos por medo da apresentação de um trabalho de monografia ou a recusa de aceitar promoções no trabalho por colocar o paciente em situação de evidência naquele ambiente. Por começar no início da idade adulta, a Fobia Social se não for tratada levará a consequências para o resto da vida, porque neste período são tomadas as decisões que direcionarão a vida de cada um.
Até o momento o tratamento medicamentoso e a terapia cognitiva comportamental são as melhores indicações.
A terapia comportamental exerce um descondicionamento gradual das situações fóbicas, expondo de forma controlada o paciente ao estímulo fóbico, a fim de dessensibiliza-lo.

Fonte:Psicosite