sábado, 23 de junho de 2012

O Psicopata.



Sabe aquela pessoa que acha que pode passar a frente de todos por que não haverá problema algum? Ou aquela pessoa que fura filas simplesmente por achar que ficar esperando não e pra ela?  Ou então que passa por cima de um colega de trabalho sem o menor escrúpulo por que afinal de contas o mundo corporativo e assim mesmo selvagem?  Pois e...  Fique atento, você pode estar perto de alguém com transtorno de personalidade antissocial, vulgo psicopata.


A psicopatia é um distúrbio mental grave caracterizado por um desvio de caráter, ausência de sentimentos genuínos, frieza, insensibilidade aos sentimentos alheios, manipulação ,egocentrismo, falta de remorso e culpa para atos cruéis e inflexibilidade com castigos e punições. Apesar de a psicopatia ser muito mais frequente nos indivíduos do sexo masculino, também atinge as mulheres, em variados níveis, embora com características diferenciadas e menos específicas.







A psicopatia parece estar relacionada a algumas importantes disfunções cerebrais, sendo importante considerar que um só único fator não é totalmente esclarecedor para causar o distúrbio; parece haver uma junção de componentes. Embora alguns indivíduos com psicopatia mais branda não tenham tido um histórico traumático, o transtorno - principalmente nos casos mais graves, tais como sádicos e serial killers - parece estar associado à mistura de três principais fatores: disfunções cerebrais/biológicas ou traumas neurológicos, predisposição genética e traumas sociopsicológicos na infância (ex, abuso emocional, sexual, físico, negligência, violência, conflitos e separação dos pais etc.). Todo indivíduo antissocial possui, no mínimo, um desses componentes no histórico de sua vida, especialmente a influência genética. Entretanto, nem toda pessoa que sofreu algum tipo de abuso ou perda na infância se tornara um psicopata; há de se considerar desde a genética, traumas psicológicos e disfunções no cérebro (especialmente no lobo frontal e sistema límbico)



Por se tratar de um transtorno de personalidade, o distúrbio tem eclosão evidente no final da adolescência ou começo da idade adulta, por volta dos 18 anos e geralmente acompanha por toda a vida, porem aos 6/7 anos de idade uma criança já pode apresentar alguns sintomas como crueldade com animais e colegas, mentiras excessivas, condutas desafiadoras a figuras de autoridade (pais, professores) e falta de vergonha ou constrangimento quando pegos em flagrante com mentiras.  Há que se ter bastante cuidado na avaliação de uma criança pois alguns destes sintomas estão presente também em outras psicopatologias que nada tem a ver com transtornos de personalidade.


Algumas características e mitos.

Os psicopatas costumam ser egocêntricos, desonestos. Com freqüência adotam comportamentos irresponsáveis sem razão aparente, exceto pelo fato de se divertirem com o sofrimento alheio. Os psicopatas não sentem culpa; nos relacionamentos amorosos são insensíveis e detestam compromisso. Sempre têm desculpas para seus descuidos, em geral culpando outras pessoas. Raramente aprendem com seus erros ou conseguem frear impulsos.
Apesar das pesquisas realizadas nas últimas décadas, três grandes equívocos sobre o conceito de psicopatia persistem entre os leigos. O primeiro é a crença de que todos os psicopatas são violentos

O segundo mito diz que todos os psicopatas sofrem de psicose. Ao contrário dos casos de pessoas com transtornos psicóticos, em que é freqüente a perda de contato com a realidade, os psicopatas são quase sempre muito racionais. Eles sabem muito bem que suas ações imprudentes ou ilegais são condenáveis pela sociedade, mas desconsideram tal fato com uma indiferença assustadora. Além disso, os psicóticos raramente são psicopatas.

O terceiro equívoco em relação ao conceito de psicopatia está na suposição de que é um problema sem tratamento. Embora os psicopatas raramente se sintam motivados para buscar tratamento, uma pesquisa feita pela psicóloga Jennifer Skeem, da Universidade da Califórnia em Irvine, sugere que essas pessoas podem se beneficiar da psicoterapia também. E de fato muito difícil mudar comportamentos psicopatas, porem a terapia pode ajudar a pessoa a respeitar regras sociais e prevenir atos criminosos, principalmente quando levados a um tratamento na infância. Não custa tentar....


De maneira geral podemos identificar dois tipos de psicopatas: os ditos “comunitários” ou de grau leve e os do tipo “antissocial” ou de grau moderado a grave.

Os primeiros, que são os mais comuns, são os mais difíceis de serem diagnosticados porque tendem a se passar despercebidos no ambiente social. Muitas vezes estão ao lado de todos e ninguém consegue perceber isto. Eles podem ser desde um falso colega oportunista que vive se fazendo de vítima, até trapaceiros, parasitas sociais, políticos, empresários e religiosos. Esse psicopata raramente vai para a cadeia, mas quando esses indivíduos - por algum motivo ilícito - vão para a prisão, são tidos como presos "exemplares" pelo seu bom comportamento: são muito bem vistos, comportados, não arranjam confusões e dissimulam uma aparência de inocentes, a ponto que outros presos e seguranças não consigam acreditar que aquela pessoa tão calma pôde cometer algum crime. Comumente foram crianças com grande charme superficial, encantavam facilmente adultos pela sua aparência de docilidade, entretanto, já apresentavam traços de frieza, insensibilidade, e intolerância à frustração - que podem ser evidentes em condutas como maltratar coleguinhas, animais, mentir etc.

Já o psicopata de grau moderado a grave corresponde àqueles que satisfazem quase ou todos os critérios do DSM do transtorno de personalidade antissocial . Esses psicopatas têm uma alta tendência a se enquadrarem por exemplo, na categoria serial killers A maioria apresenta as mesmas características do psicopata comunitário, entretanto apresentam condutas que os colocam contra à sociedade em geral fazendo com que sejam mais facilmente inseridos no meio carcerário. São menos freqüentes, porem eles são aqueles que estão mais facilmente vulneráveis a delitos graves e chocantes. Podem estar mais infiltrados no meio das drogas, álcool, jogo compulsivo, direção imprudente, vadiagem e promiscuidade e vandalismo, além de grandes golpes e graves estelionatos. Obtêm prazer (principalmente sexual) ao ver o sofrimento de outra pessoa e são indivíduos excessivamente problemáticos, do ponto de vista emocional. Em contraste a essas características, de modo semelhante ao psicopata comunitário, podem apresentar-se como uma pessoa normal perante os outros e a sociedade, contudo, escondem uma personalidade muito mais sombria - esta ocasionalmente visível para familiares, por exemplo, onde o ambiente é marcado por discussões frequentes. É comum nessas pessoas, um histórico de doenças neuropsiquiátricas como depressão, déficit de atenção, transtornos de ansiedade ou outros distúrbios de personalidade, além de um persistente sentimento de vazio existencial e tédio, o que os faz buscarem constantes estímulos - inconstantes, enjoam de tudo facilmente, por isso sempre procuram algo novo e diferente para fazerem; mas possuem dificuldade em terminar o que começam. Entretanto, parece que desde criança, apesar desse vazio sentimental, eles conseguem "imitar" as emoções das outras pessoas (embora não as sinta de verdade) a fim de conseguirem um ideal. Assim são suas emoções, geralmente aparecem e desaparecem de forma súbita. Na infância, esses indivíduos geralmente sofreram algum tipo de trauma significante o que pode ser considerado agravante da psicopatia. Normalmente foram crianças mais reservadas ou introvertidas, mas que, por vezes, apresentavam traços de transtorno de conduta. Mesmo que não demonstrem socialmente, a característica principal da psicopatia é um forte traço narcisista enraizado na personalidade, podem demonstrar características megalomaníacas.




Critérios pelo DSM-IV-TR para transtorno de personalidade antissocial (F60.2/301.7)
  •  A. Um padrão pervasivo de desrespeito e violação aos direitos dos outros, que ocorre desde os 15 anos, como indicado por pelo menos três dos seguintes critérios:
  •   1.Fracasso em conformar-se às normas sociais com relação a comportamentos legais, indicado pela execução repetida de atos que constituem motivo de detenção;
  •   2.Impulsividade ou fracasso em fazer planos para o futuro;
  •       3.Irritabilidade e agressividade, indicadas por repetidas    lutas corporais ou agressões físicas; porém, paradoxalmente, têm fama e geralmente agem de forma bem comportada.           4.Desrespeito irresponsável pela segurança própria ou alheia;
  •   5.Irresponsabilidade consistente, indicada por um repetido fracasso em manter um comportamento laboral consistente ou honrar obrigações financeiras;
  •   6.Ausência de remorso, indicada por indiferença ou racionalização por ter ferido, maltratado ou roubado outra pessoa.
  •   7.Comportamento sexual exacerbado e inadequado, via de regra com vários parceiros, sem nenhuma ligação afetiva;
  •   8. Agressividade contra animais domésticos;
  •   9. Desrespeito e desprezo por ambientes familiares;
  •   B. O indivíduo tem no mínimo 18 anos de idade.
  •   C. Existem evidências de Transtorno de Conduta com início antes dos 15 anos de idade.
  •   D. A ocorrência do comportamento antissocial não se dá exclusivamente durante o curso de Esquizofrenia ou Episódio Maníaco.



Vale dizer que, embora tecnicamente o psicopata seja sinônimo do transtorno de personalidade antissocial, nem sempre os psicopatas (principalmente os mais comuns) apresentam todas esses critérios.
Entretanto, em contraste com tais características, um ponto muito comum entre todos os psicopatas é o ambiente intrafamiliar marcado por diversos e extensos conflitos; todo psicopata tem um ambiente familiar conturbado, permeado por constantes discussões e brigas



Características resumidas e curiosidades
§  Para cada 25 pessoas, 1 ao menos exibe traços psicopáticos;
§  Para cada 3 homens psicopatas, 1 mulher é psicopata;
§  Podem ter uma autoestima ou visão de si próprios elevada;
§  Frequentemente são autossuficientes e vaidosos;
§  Muitas vezes exibem um encanto superficial, são sedutores e conquistam facilmente as outras pessoas;
§  Possuem dificuldade em manter relacionamentos, embora consigam estabelecer facilmente;
§  É comum a necessidade de ter autoridade: são pessoas que necessitam estar sempre no comando ou poder, detestam serem comandados ou submissos;
§  Frequentemente possuem tendências sádicas;
§  Frequentemente são muito manipuladores, manipulam pessoas, ambientes e circunstâncias a seu favor;
§  Não possuem sentimentos de culpa ou arrependimento;
§  Geralmente são frios, raramente demonstrando algum tipo de afetividade mas quando demonstram, é superficial;
§  Podem ser inconstantes, detestar rotina e monotonia e enjoar fácil de tudo;
§  Frequentemente irresponsáveis: tendem a jogar culpa sempre nos outros, não se responsabilizam pelas próprias condutas.
§  Falta de metas a longo prazo ou mudanças constantes de metas;
§  Tendem a ser infieis e seus relacionamentos íntimos geralmente não são duradouros;
§  Podem possuir vida dupla: socialmente sendo pessoas exemplares, mas com pessoas da intimidade se mostrarem totalmente diferentes;
§  Bastante críticos em relação a moralidade e ética. Para eles, "regras foram feitas para serem quebradas" e "os fins justificam os meios";
§  Frequentemente psicopatas se dão bem em entrevistas de empregos, manipulam as pessoas e conquistam a confiança de todos facilmente no ambiente de trabalho;
§  Geralmente acham que estão certos e que seu estilo de vida é o mais adequado.
§  Expressam pouco ou nenhum amor, afetividade, carinho etc. Nem mesmo por filhos, pais, parentes, cônjuge ou amantes.
§  Geralmente são pessoas com sorrisos fáceis, amáveis quando lhe convêm e absolutamente frias quando julgam necessário;

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Boderline - Você conhece alguém assim?


Irretocável matéria sobre o Transtorno de Personalidade Boderline






Borderline é um transtorno de personalidade que traz sérias conseqüências para a pessoa, seus familiares e seus amigos próximos. O termo "fronteiriço" se refere ao limite entre um estado normal e um quase psicótico, assim como às instabilidades de humor.
Muito mais freqüente em mulheres do que em homens (por isso a página é escrita no feminino).
1) Sintomas (claro que nem todas as Borderline tem todos estes sintomas):
  • Medo de abandono: uma necessidade constante, agoniante de nunca se sentirem sozinhas, rejeitadas e sem apoio.
  • Dificuldade de administrar emoções
  • Impulsividade.
  • Instabilidade de humor. As oscilações de humor do DAB ou TAB - Distúrbio ou Transtorno Afetivo Bipolar duram semanas ou meses, mas as Borderline têm oscilações de minutos, horas, dias. Essas oscilações de humor incluem depressões, ataques de ansiedade, irritabilidade, ciúme patológico, hetero- e auto-agressividade. Uma paciente marca a consulta informando que está super deprimida, querendo morrer. No dia seguinte chega à consulta bem humorada, bem vestida, maquiada, vaidosa.
  • Comportamento auto-destrutivo (se machucar, se cortar, se queimar). As portadoras de Borderline dizem que se machucam para satisfazer uma necessidade irresistível de sentir dor. Ou porque a dor no corpo "é melhor que a dor na alma".
  • Tentativas de suicídio, mais freqüentemente as de impulso do que as planejadas.
  • Mudanças de planos profissionais, de círculos de amizade.
  • Problemas de auto-estima. Borderlines se sentem desvalorizadas, incompreendidas, vazias. Não tem uma visão muito objetiva de si mesmos.
  • Muito impulsivas: idealizam pessoas recém conhecidas, se apaixonam e desapaixonam de maneira fulminante.
  • Desenvolvem admiração e desencanto por alguém muito rapidamente. Criam situações idealizadas sem que o parceiro objeto do afeto muitas vezes nem tenha idéia de que o relacionamento era tão profundo assim...
  • Alta sensibilidade a qualquer sensação de rejeição. Pequenas rejeições provocam grandes tempestades emocionais. Uma pequena viagem de negócios do namorado ou marido pode desencadear uma tempestade emocional completamente desproporcional (acusações de rejeição, de abandono, de não se preocupar com as necessidades dela, de egoísmo, traição, etc.).
  • A mistura de idealização por alguém e a extrema sensibilidade às pequenas rejeições que fazem parte de qualquer relacionamento são a receita ideal para relacionamentos conturbados e instáveis, para rompimentos e estabelecimento imediato de novos relacionamentos com as mesmas idealizações.
  • Menos freqüente: episódios psicóticos (se sentirem observadas, perseguidas, assediadas, comentadas).
2) Risco aumentado para:
  • Compras Compulsivas.
  • Sexo de risco.
  • Comer Compulsivo, Bulimia, Anorexia.
  • Depressão.
  • Distúrbios de Ansiedade.
  • Abuso de substâncias.
  • Transtorno Afetivo Bipolar.
  • Outros Transtornos de Personalidade.
  • Violência (não só sexual), abusos e abandono, por causa da impulsividade e da falta de crítica para escolher novos parceiros.
3) A causa provável é uma combinação de:
  • Vivências traumáticas (reais ou imaginadas) na infância, por exemplo abuso psicológico, sexual, negligência, terror psicológico ou físico, separação dos pais, orfandade.
  • Vulnerabilidade individual.
  • Stress ambiental que desencadeia o aparecimento do comportamento Borderline.
Cuidado com conclusões precipitadas do tipo "você foi abusada" ou "você foi aterrorizada".
4) Evolução:
  • Geralmente começa a se manifestar no final da adolescência e início da vida adulta.
  • Com o passar dos anos existe uma diminuição do número de internações hospitalares e de tentativas de suicídio.
  • Parece piada de mau gosto, mas é uma realidade estatística: a cada tentativa de suicídio que a Borderline sobrevive, diminui a chance de uma nova tentativa.
5) Fatores de bom prognóstico:
  • Bons relacionamentos familiares, sociais, afetivos, profissionais.
  • Participação em atividades comunitárias: igrejas, clubes, associações culturais, artísticas, etc.
  • Baixa ou ausente freqüência de auto-agressão.
  • Baixa ou ausente freqüência de tentativas de suicídio.
  • Ser casada.
  • Ter filhos.
  • Não ser promíscua.
6) Tratamento.
A integração de tratamentos medicamentosos mais psicoterápico trouxe grandes progressos no tratamento do Transtorno Borderline.
  • Medicação:
O tratamento medicamentoso inclui Estabilizadores de Humor (mesmo que não se trate de DAB) pois eles ajudam a conter a impulsividade e as oscilações de humor.
Antidepressivos e Tranqüilizantes não tem a mesma eficácia que teriam em casos de depressões ou ansiedades "puras" mas certamente tem sua utilidade em Borderline.

Embora a medicação seja muito importante, ela é ator coadjuvante. O ator principal no tratamento é a Psicoterapia.
  • Psicoterapia:
Não é uma terapia fácil. O que acontece "na vida real" acontece dentro do consultório: instabilidade, alternância de amor e ódio, idealização e desapontamento com o terapeuta, sedução, impulsividade, etc.
Geralmente no início do tratamento a Psicoterapia é mais Analítica, para que a paciente reconheça o problema, suas causas e as conseqüências na sua vida.
Mais tarde, quando as causas e conseqüências estiverem bem entendidas pela paciente, a Psicoterapia Cognitivo Comportamental (TCC) é mais útil, pois ela ensina a paciente a ter comportamentos alternativos mais saudáveis.
Isso quer dizer o seguinte: o tratamento exige paciência, persistência, disciplina e muito boa vontade.
Pacientes gratos hoje podem se mostrar ingratos amanhã.
Terapeutas que hoje são vistos como atenciosos e dedicados podem ser criticados e vistos como monstros amanhã


Fonte: Mental Help

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Alzheimer - Uma Esperança

Antigo mistério sobre a doença de Alzheimer
A descoberta de que o envelhecimento de uma célula específica é uma causa da doença e não uma resposta a danos neurais, como os especialistas pensavam, abre perspectivas para novos tratamentos da demência





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Células gliais figuram como atores principais numa série de doenças neurológicas e psicológicas. Pesquisas recentes mostraram que muitos transtornos neurológicos são na verdade transtornos da glia, particularmente um tipo de célula chamado de microglia, que funciona como um escudeiro defendendo o cérebro de doenças. Esses defensores procuram e matam corpos invasores, e promovem a recuperação de áreas danificadas. Eliminando tecidos doentes e liberando compostos potentes que estimulam a reparação dos tecidos, sua função é primordial em diversos tipos de doença neurológica.

Novas pesquisas sugerem que a demência típica da doença de Alzheimer poderia ser consequência direta da perda da capacidade da glia de limpar os detritos. Alois Alzheimer foi o primeiro a observar que a microglia envolve as placas de amiloides, que são a marca registrada da doença. Normalmente a microglia digere as proteínas tóxicas que formam essas placas. No entanto, estudos recentes realizados pelo neurocientista Wolfgang J. Streit, da Faculdade de Medicina da Universidade da Flórida, sugerem que com o passar do tempo a microglia enfraquece e começa a se degenerar. A atrofia é visível ao microscópio. Microglias senescentes em cérebros envelhecidos se fragmentam, perdendo várias de suas ramificações celulares.

A forma como a doença de Alzheimer incursiona pelo cérebro é mais um sinal do envolvimento microglial. Os danos do tecido se espalham de forma predeterminada, começando próximo do hipocampo e finalmente atingindo o córtex frontal. As observações de Streit mostram que a degeneração microglial segue o mesmo padrão – e ocorre antes da degeneração neural, sugerindo que o envelhecimento da microglia é uma causa da demência do Alzheimer, e não uma resposta a danos neurais, como o próprio Alzheimer e muitos especialistas pensavam. Essa descoberta pode levar a novos tratamentos para a demência, assim que os pesquisadores descobrirem por que a microglia se torna senescente com a idade em algumas pessoas, e em outras não